DVD MARTHA ARGERICJ - CONVERSA NOTURNA

Artista:  MARTHA ARGERICJ 
Gênero:  BIOGRAFIA
Origem : NACIONAL
Estado: USADO
Ano: 2002
Gravadora:  ------
Formato: DVD
Tempo Aprox. : 63 MIN - FILME / 38 MIN EXTRAS
GTIN: 7898324757600
Áudio: dolby digital stereo  - dolby digital 5.1
NTSC: 16:9 / Legendas:  PORTUGUÊS, FRANCÊS, ALEMÃO, ESPANHOL E JAPONÊS/ Versão Original: Francês , inglês e alemão.
Região: ALL
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#NWDOA

A pianista Martha Argerich deu pouquíssimos recitais nas duas últimas décadas. Também se esgueirou da mídia o quanto pode. ‘‘Vi um programa chamado Big Brother e toda aquela exibição de quem deseja ter sua vida privada exposta. Não eu.’’, ela diz no início do filme Conversa Noturna, dirigido por Georges Gachot (o mesmo diretor do filme Música é Perfume, sobre Maria Bethânia) que está sendo lançado no Brasil pela Biscoito Fino, em DVD. Até quando está ao piano o rosto de Martha fica encoberto pelos cabelos longos, permitindo uma certa privacidade no palco.
Mas a brilhante pianista, que combina técnica prodigiosa com excepcional musicalidade, libertou-se da timidez ao dar uma entrevista de três horas a Gachot. O encontro aconteceu num final de tarde de 2001, entre o ensaio e a apresentação do Concerto para Piano de Schummann, com a Orquestra de Câmera de Württemberg, em Heilbronn, na Alemanha. Falando alternadamente em francês, inglês e alemão, Martha conquista também pela palavra, fazendo confidências, lembrando o pânico antes das apresentações e contando sobre seus casos de amor com alguns compositores que há muito tempo se foram para outro mundo. É comovente vê-la em diversas fases de sua vida, ilustrando as histórias que conta ao piano.
Gachot começa seu filme com Buenos Aires ao entardecer: Avenida 9 de Julho com o obelisco ao fundo, a fachada do Teatro Colón e um passeio pelos pampas. Foi na capital argentina que Martha nasceu e iniciou seus estudos de piano com apenas cinco anos. Considerada criança prodígio, mudou-se para a Europa com 13 por causa do pianista austríaco Friedrich Gulda, de quem se tornou a única aluna. Ela deixa claro que foi ele sua maior influência musical. Martha vai desfilando histórias pitorescas, como o primeiro concurso que venceu aos 16 anos, em Genebra, o concerto desmarcado aos 17 anos, ‘‘não porque estava doente, mas pra ver como era’’, diz no filme. Chegou a cortar o dedo indicador para avalizar a desculpa para não tocar. Passou dois meses longe do piano por causa do corte.
‘‘Estou sempre com dúvidas’’, diz. ‘‘Sempre tateando. Se você está muito satisfeito com o que faz, ou entra numa rotina ou acaba derrotado’’.
Georges Gachot sonhou com este filme durante 20 anos. Foi o tempo que levou para receber um ‘‘sim’’ da pianista. E acredita ter conseguido um milagre. Depois de pronto, percebeu que o filme não é só sobre Martha Argerich: ‘‘É também sobre a Argentina, até porque ambas são muito parecidas’’.
O documentário inclui material de arquivo raro, coletado de diferentes partes do mundo, desde a época em que a jovem pianista recebeu o primeiro prêmio, até seu último concerto no Colón, ao lado de Nelson Freire. E tem Martha confessional, lembrando o pânico dos primeiro tempos, quando não se sentia preparada para tocar: ficava gelada, com o nariz escorrendo e batendo com os pés no chão. Ou falando de sua facilidade para interpretar Liszt e o contrário para tocar Chopin: ‘‘Chopin tinha ciúmes de Liszt’’, brinca rindo. Ou lembrando a primeira vez que ouviu Claudio Arrau, ele tocando o Concerto para Piano nº 4, de Beethoven. Ficou tão encantada que nunca conseguiu tocá-lo. Está tudo no filme: Arrau, Gulda e Martha interpretando Bach, Schumann, Ravel, Chopin, Liszt, Dvorák, Prokofiev, Beethoven, Saint-Saëns, Lutoslawski e Piazzolla.